Vamos conversar sobre uso de Inteligência Artificial no Jornalismo?

“Dá pra fazer” não significa que é bom. Muito menos legal

Carla Leonardi
rascunhando

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Não, eu não sou uma velha senhora arraigada às tradições, que se opõe a toda e qualquer modernidade. E não acho que é preciso jogar o bebê fora com a água da banheira — a Inteligência Artificial pode ter bons usos, mas isso depende, sobretudo, de quem a utiliza e de que forma.

Que me desculpem os que acreditam que Jornalismo pode ser feito pelo Chat GPT, mas “matéria” produzida dessa forma não passa de cópia na cara larga.

Dá para produzir textos, sim, e a qualidade ortográfica e gramatical varia. Mas você não consegue pedir para a IA escrever sobre diabetes sem que ela chupinhe algo que já foi feito anteriormente por pesquisadores, jornalistas e médicos — todos de carne e osso, com formação, experiência e outras habilidades que as máquinas até podem alcançar no futuro, mas por enquanto não têm.

Quando se pede para a IA produzir uma “matéria”, ela reúne informações já disponíveis na web. Pega citações de fontes dadas a jornalistas, trechos produzidos por profissionais, informações disponibilizadas em sites institucionais, mistura tudo e voilà!

Ao ver o resultado, porém, o que se tem é trecho de entrevista dada a outro veículo, referência a colunista de outro site, citações que não pertencem à marca que publica o texto…

Sem falar na questão ética disso, que, bom, vai para as cucuias, temos aí uma porta escancarada para problemas legais e jurídicos.

Photo by Markus Spiske on Unsplash

Rumo ao fundo do poço

A matéria-prima do jornalismo é gente, gente de verdade. E dos dois lados. De quem conta a história e de quem dá a história a ser contada. Ignorar isso é fazer qualquer coisa menos… Jornalismo.

Dá para fazer? Dá. Presta? Não.

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Carla Leonardi
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Jornalista e leitora inveterada. Conversando sobre livros no Instagram @ca.leonardi