Fake news em “A máquina do ódio”, de Patrícia Campos Mello
Um baita livrinho sobre violência digital e misoginia nas Eleições de 2018
Este texto foi postado originalmente no perfil do Instagram @ca.leonardi. Me segue lá ;)
Como é ser mulher no Brasil de hoje? Como é ser imprensa no Brasil de hoje? Como é ser uma repórter que cobre política em tempos de descarada misoginia e desenfreada violência digital?
Patrícia Campos Mello, repórter que deu aquela série de reportagens sobre o financiamento de disparos em massa no WhatsApp com notícias falsas (cuja primeira matéria saiu pouco antes do segundo turno das Eleições de 2018, na Folha), foi bárbara e covardemente atacada por ter exposto o braço essencial da campanha eleitoral do último pleito presidencial.
Você sabe: até aquela “notícia” chegar ao zap do seu tio, ela passa por um esquema milionário. É preciso produzir o conteúdo com a informação que se deseja — e pouco importa se ela é mentirosa ou não — e disparar a mensagem de uma quantidade imensa de chips de celular para listas de números de telefone.
Para isso, empresas são contratadas, listas são compradas, “informações” são fabricadas… Patrícia sofreu — e sofre até hoje — as consequências daquelas reportagens. Mas ela não sofre sozinha: quantas jornalistas mulheres vêm sendo ridicularizadas por fazerem nada além do que o ofício pede?
Sei que falar aqui sobre esse livro é conversar para dentro, com os nossos, com quem já sabe qual é a diferença entre jornalismo e a milícia digital que tomou conta das redes no Brasil. Mas se te interessar, leia. É de dar enjoo, mas importante saber, lembrar, não deixar esquecer. Apoie Patrícia e as tantas outras mulheres que fazem um trabalho digno nesses tempos de lamaçal. Apoie o jornalismo — que, sim, pode ter viés, recorte, ponto de vista — mas segue uma cartilha, é profissional, e precisa de nós, leitores, para seguir vivendo.
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